1349 - "Demonoir" - 2010

1349
"Demonoir"
2010

São noruegueses e criam Black Metal. Até aqui tudo bem. Contudo este colectivo com o nome 1349 arrisca-se a ser uma das mais bem sucedidas bandas do género nos últimos tempos. Olhando para os lançamentos e ouvindo-os com o mínimo de atenção, poderemos notar que desde a “Demo 1998” têm vindo a optimizar as suas criações e mesmo o género Black Metal. “Liberation” de 2003 vale por si, “Hellfire” espalhou brasas, “Revelations Of The Black Flame” foi um caso estranho mas único, e em 2010 dão à luz “Demonoir”.

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“Demonoir” é o que se pode chamar de “uma criação super-dotada”. É uma obra que à primeira audição agarra o ouvinte pelos colarinhos e lhe dá uma grande lição do que é Black Metal – “É assim que se faz!”

Depois da misteriosa e ambiental abertura “Tunnel Of Set I”, somos brindados com uma malha que ultrapassa todas as expectativas – “Atomic Chapel” é uma música brilhante, com tudo no sitio, tal como manda a tradição do Black Metal. Catatonia, deleite, orgasmo são possíveis sintomas que sentirão durante a “Atomic Chapel”. E depois de o demónio ser solto, é quase certo que deixá-lo-ão a devanear até ao final do álbum, sentido os sintomas acima referidos e mais alguns.

Poderão confirmar pelos vossos próprios ouvidos, e alma, que “Demonoir” é uma criação de outro mundo, única e genialmente deliciosa. O som é simplesmente fantástico, nada de brilhantinas nem esfregadelas para limpar e clarear a sonoridade, mas antes uma sonoridade que nos faz ter a ilusão de que eles estão mesmo à nossa frente a tocar. E claro, Dark quanto baste ou não estivéssemos a ouvir um demónio nocturno.
Para além do trabalho fantástico da banda, “Demonoir” foi produzido nada mais nada menos que pelo Tom G. Warrior (aquele Sr que agora tem os Triptykon). Mas para além do surpreendente Black Metal, “Demonoir” também nos reserva alguns momentos de ambiente com os seus interlúdios “Tunnel Of Set” (VII na sua totalidade), mas também com alguns momentos de Thrash Metal fundidos com Black Metal, como na espantosa música “Psalm 7:77”, que até tem direito a um genial solo de guitarra, cortesia de Ronnie le Tekrö. Poderemos encontrar também momentos que poderíamos chamar de Avantgarde, como na “Atomic Chapel” e na fabulosa “The Devil Of The Deserts”, isto porque poderemos ouvir partes em Grand Piano tocadas por Tony Caputo – se todas as músicas fossem por este caminho, provavelmente teríamos um álbum de Black Metal da vanguarda. Mas este “Demonoir” está noutra vanguarda… muito lá à frente.

POST-SCRIPTUM:

Sem dúvida que é uma obra-prima não só para os 1349 que estão cheios de feeling, mas também uma obra-prima e um passo de gigante para o Black Metal. 1349 marcam a diferença e estão de parabéns pela criação que fala por si mesma. Destaque para a edição limitada de 666 exemplares, acompanhada com um CD bónus com três covers: Morbid Angel, Exodus e Bauhaus. Imperdível!