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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Jethro Tull - Thick as a Brick



E se o som característico de uma banda – que já destilou blues/Jazz, Folk Rock, Rock Progressivo/Conceptual, Synthesizers e Far East nos seus álbuns – fosse o som de uma Flauta? Não especulemos, tal assinatura existe e numa Banda, cuja qualidade não deixa espaço a argumentações, apreciem-se ou não, os Jethro Tull são uma referência no meio musical pela imprevisibilidade e genialidade das obras que têm criado ao longo dos mais de 42 anos de actividade.

Da formação inicial da banda britânica – que remonta a 1968 em Blackpool - já só resta Ian Anderson, a voz, a Flauta e a força criativa. Em 1969 entra o guitarrista Martin Barre, que se mantém até hoje na banda em substituição de Mick Abrahams – guitarrista que abandonou os Jethro Tull em diferendo com Ian Anderson. Uma curiosidade em relação a Martin Barre prende-se com o facto de ter sido escolhido através de uma audição que contou com a presença de Tommi Iommi, guitarrista, que mais tarde se tornaria célebre na banda de Ozzy Osbourne, os Black Sabath.

Os actuais membros dos Jethro Tull são: David Goodier no baixo, Jonh O´Hara nas teclas, acordeão, piano e orquestração e Doane Perry na bateria e percussão.






Debrucemo-nos agora sobre Thick as a Brick, um álbum que é, definitivamente, Rock Progressivo. Lançado em 1972, é o primeiro na história do Rock a ser composto por apenas uma faixa musical que ocupa os dois lados do Disco. São cerca de 42 minutos de música, onde as constantes variações de tempo da faixa e as diferentes influências musicais vêm ao de cima como se de uma peça de música Clássica se tratasse. Este registo da banda de Ian Anderson, leva o Rock para lá do registo normal de canção de curta duração e abre uma nova abordagem sobre a construção e estruturação de canções.

Durante os 42 minutos de duração do álbum, é possível distinguir traços e influências Jazz, Folk e Rock numa teia complexa, mas agradável. Liricamente, é uma obra fortemente metafórica, que pela duração do instrumental, – longo e complexo – se torna impossível de taxar. Este é um daqueles discos – como todos – que fica aberto à interpretação pessoal e à disposição de cada qual. Característica que se apresenta como irrefutável é a ironia e um certo humor negro que cerca toda a envolvência da obra, incluindo o design gráfico de Thick as a Brick. O álbum vinha acompanhado de um suplemento de 12 páginas chamado “St. Cleve Chronicle” , uma espécie de Jornal que tinha como objectivo parodiar o estilo de jornalismo praticado localmente, jornalismo que ainda hoje se pratica em locais menos populosos. Um aspecto curioso deste suplemento, é o de ter sido escrito pelos membros da banda e de estes terem criado uma capa onde atribuem a uma criança de 8 anos a autoria do poema de Thick as Brick. Infelizmente os custos de impressão levaram ao cancelamento do suplemento, substituído por um mais curto.







Post-Scriptum:

Em actividade desde 1968 os Jethro Tull são hoje mais do que uma banda, são uma lenda viva do Rock, cujos álbuns, profundamente eclécticos, ajudaram a reinventar. A banda já lançou 21 álbuns de estúdio, todos eles obras muito interessantes, Thick as Brick destaca-se pelo único, pela teatralidade, pela originalidade das ideias e sentimentos que nele habitam.

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