ALCEST - "Écailles De Lune" - 2010

ALCEST

"Écailles De Lune"
2010

Depois do bem recebido “Souvenirs D’un Autre Monde”, de 2007, o sucessor teria de ser tão bom ou melhor. Neige, mente e corpo desta identidade com o nome Alcest, apresenta-nos “Écailles De Lune”, e promete ser um candidato a álbum do ano.



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Perante esta última afirmação, o leitor sentir-se-á intrigado e quererá ouvi-lo com alguma urgência – caso já não o tenha escutado, porque este “Écaille De Lune” já data de final de Março. Mas, o facto é que este trabalho traz consigo aspectos muito bons, e um ou outro aspecto que poderia estar melhorado.

Começando pelos aspectos positivos:

“Écailles De Lune” é um trabalho que nos agarra imediatamente e dificilmente conseguiremos desembaraçar-nos dele. Não que isso seja mau, muito pelo contrário, porque o ambiente que nele é explorado é subtilmente detalhado.

Começando pelo artwork, este é de tirar o chapéu. Caros leitores, estão perante uma das mais belas capas de 2010. Esta obra de arte é uma imagem que representa o mundo que jaz na mente de Neige, e que serviu de base para o conceito deste trabalho. Quanto a este, façam o favor de explorar porque é uma mais-valia para a apreciação de todo o trabalho. O senão é que as letras estão todas na língua original do artista – francês. Contudo, a sonoridade resultante da língua é muito boa, e encaixa muito bem no contexto instrumental.

Quanto às músicas, estas são extraordinárias obras que envolve não só aspectos do Black Metal, mas também, e sobretudo, Rock (e aquilo do Post-Rock) – onde não falta a vertente shoegaze. O trabalho de guitarra é belíssimo e predominante. Logo a abrir com a “Écailles De Lune (Part I)”, somos envolvidos com um simples mas envolvente trabalho de guitarra. Todo o álbum tem esta predominância da guitarra, não só com riffs que lembram o Black Metal, acompanhados com a devida voz glaciar, mas também com passagens arrepiantes de shoegaze, como na música “Percées De Lumière”, cuja beleza e energia gera arrepios.

Na recta final do álbum, deparamo-nos com a “Solar Song” que nada mais é que uma belíssima música com detalhes muito interessantes – de notar que a música não tem letra, mas a voz está presente.

Por último, “Écailles De Lune” reserva uma poderosa música que tem reminiscências de Dead Can Dance (com as devidas distâncias). “Sur L’Océan Couleur De Fer” é a melancolia e a beleza por excelência neste trabalho – uma excelente passagem, para terminar de um modo excelente e que nos faz regressar ao início deste excelente trabalho, porque realmente mesmo no final de ouvi-lo sente-se, ainda, uma certa intriga e envolvência.

O único ponto negativo que aponto é referente a um aspecto técnico – o trabalho poderia ter outro balanço se sobressaísse um pouco mais a linha do baixo.

POST-SCRIPTUM:

Estamos perante um álbum que pertence à corrida do álbum do ano de 2010. O trabalho é realmente espantoso, com ambientes de guitarra interessantes, com detalhes muito bons do baterista Winterhalter e com um mundo muito intrigante que “Écailles De Lune” abre aos ouvintes. Espreitem e deliciem-se ao vosso ritmo.