A expectativa era muita perante uma segunda edição de um festival com um cartaz prometedor. O sucesso do primeiro ano marcou todos os que lá estiveram, e a organização sentiu-se na obrigação de superar, ou manter, esse sucesso.
Com dois festivais de Metal cancelados, o Vagos Open Air viria a tornar-se numa espécie de peregrinação obrigatória para os metaleiros portugueses. Será que os dois preenchidos dias satisfizeram a grande expectativa dos cerca de 15000 que lá passaram?
06.08.2010
Chegámos ao recinto alguns minutos das 17h e já se ouviam os algarvios Prayers Of Sanity. O thrash metal destes rapazes soava musculado e arrasador – e de facto não deixou mágoa alguma durante a actuação. O pó do recinto já se sentia no ar, e o povo mais corajoso foi para debaixo do sol apreciar os “petardos” destes rapazes que vieram directamente do Wacken Open Air. (Pois é! Para quem não sabia, estes novos thrashers foram os vencedores do Wacken Metal Battle, e foram para o famoso festival representar Portugal). Na actuação no Vagos não faltaram temas como “Evil May Die” ou a “Religion Blindless”, que conjuntamente com as outras foram argumentos suficientes para soltar o pó e tonificar a adrenalina.
Os Miss Lava saltaram para o palco com o seu stoner rock e deram ao público uma experiência de psicadelismo e peso. Os lisboetas deram provas disso com temas como “Don’t Tell A Soul” ou a aclamada “Black Raibow”. O sol aquecia imenso, e a banda não conseguiu agarrar mais público que a banda anterior… decerto que a culpa foi mesmo do calor.
O sol já se dirigia para o mar, e os metaleiros começaram a aproximar-se mais do palco – ou será que queriam tanto ver a actuação dos Gwydion? A verdade é que esta banda já com 15 anos soube muito bem pegar no público que estava sedento de folk/viking metal – desta vez à portuguesa! Não sendo necessariamente vikings de sangue, os Gwydion levaram-nos a passear por paisagens montanhosas e geladas, cheias de mitos e mistérios e muita, mesmo muita cerveja. A boa disposição começou a sentir-se no seio do festival, com danças e moche à mistura e algumas canecas de hidromel. Tivemos pena que o som estivesse um pouco confuso.
A grande espera surge ao anoitecer. Os finlandeses Ensiferum aparecem prontos para a batalha e para a sua estreia em terras lusitanas. Resultado? Eles ganharam a batalha. Os portugueses ficaram de rastos com a prestação destes vikings. Apesar de alguns problemas técnicos, os quais foram superados, a banda conseguiu agarrar o público pelos colarinhos e pô-lo a dançar às rodinhas de onde se soltou imenso pó e voou cerveja e hidromel. Os Ensiferum foram mestres na sua arte, da qual não faltaram temas como “By The Diving Stream”, Token Of Time” e “Twilight Tavern”. A energia esteve no auge, com muita alegria e boa energia espalhada por todo o recinto.
Já a noite estava alta quando os ingleses My Dying Bride pisaram o palco e iniciaram a sua sessão de Melodic Doom Metal com a “Fall With Me”, passando de seguida para a fantástica “Bring Me Victory”. À terceira amostra, algum do povo afastou-se do aglomerado de pessoas e dirigiu-se às barracas. Se para uns os My Dying Bride foram a banda da noite, para outros foi “a morte” (ironicamente) do primeiro dia do festival. A banda não esteve má, muito pelo contrário. O som esteve muito bom e a prestação do Aaron foi lindíssima, com uma postura mórbida e poética – todos os seus gestos eram movimentos da poesia da música. Contudo, depois da happy hour do folk/viking metal, o Doom Metal não encaixou bem no alinhamento. Houve, portanto, reacções muito diferentes perante o espectáculo dos My Dying Bride – houve a paixão dos fãs… e acredito que não tenha havido ódio do restante povo - apenas um desajuste nas disposições
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