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sexta-feira, 2 de julho de 2010

“Cruelty and the Beast “ - Cradle of Filth



O álbum “Cruelty and the Beast “, do grupo Cradle Of Filth, com a sua conjugação sublime de teclado e restantes instrumentos, o seu clima soturno, e os seus duetos vocais, tornou-se num dos melhores álbuns lançados em 1998. Neste álbum temos um desfile de excelentes músicas de death/black metal, em que os vocais fluem intensamente com todos os instrumentos.
Com muita pena minha, foi o último álbum do grupo com a magnífica participação do baterista Nicholas Barker, actualmente nos Dimmu Borgir, que sem dúvida teve uma prestação arrebatadora neste álbum. Les Smith, o teclista, que actualmente pertence ao grupo Anathema, tem neste álbum uma prestação arrebatadoramente intensa, em combinação perfeita com a voz única e peculiar de Dani Filth, que nesta fase estava no seu auge, e da elegantemente colocação de voz da cantora britânica Danielle Cneajna Cottington.
Cruelty and the Beast é um álbum conceitual, e o seu enredo versa a respeito da condessa húngara Elizabeth Bathory, que teria promovido orgias que envolviam sacrifício de virgens, banhando-se depois com o sangue destas, acreditando que assim se manteria jovem. Nada melhor, para a interpretar, que a actriz Ingrid Pitt , conhecida pelos seus filmes dos anos 70, da companhia Hammer Films, onde frequentemente interpretava sedutoras vampiras.
( Ingrid Pitt)

A instrumental que abre o álbum, chamada “Once Upon Atrocity”, é uma pequena amostra da atmosfera sombria que permeia o disco. É um arranjo de teclado muito bonito, que emenda na segunda faixa de maneira magistral.
A segunda faixa, “Thirteen Autumms and a Widow”, possui óptimas mudanças de andamento com um trabalho de guitarras empolgante, por parte de Stuart Antsis e Gian Pyres, muito bem acompanhado pelos outros instrumentos, bem como pela vocal incansável e surpreendente de Dani. Esta música serve para introduzir o ouvinte ao mundo negro, sedutor e misterioso de Elizabeth Bathory.

O trabalho da banda segue cada vez mais incrível nas outras faixas. “Cruelty Brought Thee Orchids” e “Beneath de Howling Stars” são o auge de êxtase, com guitarras absolutamente aterradoras. O peso das guitarras amalgamado às vocalizações únicas de Dani Filth e a poderosa drum kit de Nick Baker formam uma massa sonora impressionante.
“Venus in Fear” é a faixa mais intensa do disco, onde o erotismo da história que envolve Elisabeth é bem destacado.
“Desire in a Violent Overture” e “The Twisted Nails of Faith”, levam o ouvinte às alturas. A imaginação trás ao ouvinte uma necessidade de se expressar, depois de ouvir o som de guitarras tão arrebatadoras e emocionantes
Em seguida, “Bathory Aria”, uma master piece de 11 minutos para nos embalar a alma. A canção é dividida em 3 partes:
I. Benighted Like Usher
II. A Murder of Ravens in Fugue
III. Eyes That Witnessed Madness
A primeira parte, Benighted Like Usher começa devagar, mas vai construindo momentos relativamente pesados e acelerados, até a transição para a segunda parte da música, A Murder of Ravens in Fugue, que mantém uma batida pesada até à ruptura com o growling de Dani, que me soa surpreendente. É acompanhado por um riff de guitarra linda que vai lá no fundo. Ao contrário da transição entre as duas primeiras partes da canção, há uma ruptura lenta instrumental que é, eventualmente acompanhada dos vocais de Dani , marcando o início da terceira parte e final para esta faixa, Eyes That Witnessed Madness. É relativamente lento o ritmo, com excepção das repartições instrumentais. Fecha-se a história de Elizabeth Bathory. Conclui-se com um monólogo falado pela voz feminina que representa Bathory ( Ingrid Pitt).
Após esta faixa de 11 minutos há uma quebra de 3 minutos no teclado com “Portrait of the Dead Condessa”.
Para fechar o álbum,”Lustmord e Wargasm “começa com uma intro de teclado bom e , eventualmente, a banda une-se para desempenhar o mesmo riff, mais rápido e mais pesado.
Em geral, este é um dos meus álbuns favoritos de Cradle Filth. No entanto, a perda de guitarristas e baixistas definitivamente ajustados ao som dos Cradle of Filth, faz com que seja da minha opinião que talvez nunca verei os Cradle of Filth produzir outro álbum tão maravilhoso como este.
Destaques finais para a belíssima arte gráfica do álbum e as letras de Dani, que bebem de diversas influências da literatura romântica como Lord Byron, Mary Shelley, Edgar Allan Poe e H.P. Lovecraft.

TrackList:
1. "Once Upon Atrocity" – 1:42
2. "Thirteen Autumns and a Widow" – 7:14
3. "Cruelty Brought Thee Orchids" – 7:18
4. "Beneath the Howling Stars" – 7:42
5. "Venus in Fear" – 2:20
6. "Desire in Violent Overture" – 4:16
7. "The Twisted Nails of Faith" – 6:50
8. "Báthory Aria" – 11:02
1. "Benighted Like Usher"
2. "A Murder of Ravens in Fugue"
3. "Eyes That Witnessed Madness"
9. "Portrait of the Dead Countess" – 2:52
Members:
• Dani Filth – vocais
• Robin Eaglestone – baixo
• Stuart Antsis – guitarra
• Gian Pyres – guitarra
• Les Smith – Teclados
• Nicholas Barker – bateria
• Sarah Jezebel Deva – backing vocals
• Danielle Cneajna Cottington – backing Vocals
• Ingrid Pitt – narração Elizabeth Báthory



Post Scriptum: Para quem gosta tanto deste álbum, e para quem este tanto significa, é normal que aconselhe todos a o ouvir. Viva ao bom black metal!Para quem gosta do bom old black metal, este é certamente um álbum vivamente sublime.


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