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domingo, 14 de novembro de 2010

TRIPTYKON - "Eparistera Daimones" - 2010


TRIPTYKON
"Eparistera Daimones"
2010


Thomas Gabriel Fischer, ou Tom “Satanic Slaughter” Warrior, ou Tom G. Warrior. Sr. que deu à luz os lendários Hellhammer e os Celtic Frost. Um passado distante mas muito presente na memória do Metal. Passado esse que agora é exorcizado pela entidade com o nome de Triptykon.

Depois do lançamento de Monotheist em 2006, os Celtic Frost apresentavam dificuldades no seio da banda. Thomas G. Fischer acabou por sair da banda. Segundo o mesmo, ele explica na revista LOUD! #110 que “todos os problemas que tivemos nessa banda foram inteiramente do foro pessoal. Havia alguém nessa formação cujo ego se tornou tão descontrolado, que arruinou tudo.” Afirma, também, que este trabalho é um seguimento do que já estavam a trabalhar com os Celtic Frost, daí que esta nova formação denominada de Triptykon, seja um seguimento lógico dos Celtic Frost, mas com um ambiente renovado e com outras energias. E que energias poderemos encontrar neste “Eparistera Daimones”?

www.myspace.com/triptykonofficial
Dark! Muito negrume e energias muito escuras. Este trabalho transpira ódio em todos os acordes, já que estamos perante um trabalho que é o resultado da vida do próprio Fischer, e também da banda. Esta, agora muito mais liberta que antes, descarregou nos instrumentos todas as energias negativas que residiam em cada um deles. O resultado é simplesmente um trabalho muito especial e único neste ano que está a chegar ao fim.

“Goetia” abre as portas aos demónios, e depois de lentamente abrirem não há escape ao som que delas provêm. Momentos Doom, momentos Dark, mas inteiramente Metal na sua essência. Tenham atenção às letras se estiverem curiosos em saber o que passou na mente de Fischer.
Depois de estarmos rodeados por tamanha aura negra, nunca adivinharíamos que a segunda descarga fosse tão dark“Abyss Within My Soul” é algo indescritível e que deve ser ouvida atentamente.


“Eparistera Daimones” encerra também momentos de raiva, como a “A Thousand Lies”, na qual Fischer parece não ter limites na energia negra que descarrega nela.
Já perto do final do exorcismo, somos totalmente surpreendidos com entradas de Grand Piano por Fredy Schnyder, e muito mais surpreendidos com a música “My Pain” que parece ter sido evocada de um álbum de Gothic Doom Metal, mas que consegue ultrapassar esse estigma por estar inserida num contexto único que é este “Eparistera Daimones”. Temos um linha de piano lindíssima, a voz de Simone Vollenweider e este poema:

“Fall asleep in my arms, never to wake up ever again
Morning comes as a surprise to the solitary heart
This world within my mind, did it ever even exist?
I wish my touch could mend your bleeding wounds
And mark my existence in your time
I fight the impending lure of belated sleep
For fear of waking up and you are gone”

A fechar surge algo difícil de descrever pela sua grandiosidade. “The Prolonging”. O tema é de facto longo, mas não é aí que jaz a minha dificuldade. A dificuldade resulta precisamente por ser um tema com uma energia muito grande e com uma mensagem quase mística, na qual os Triptykon afirmam a sua posição, a sua existência, a sua força, a sua identidade. Talvez o melhor tema do álbum – nem reparamos que passaram 19 minutos.

POST-SCRIPTUM:
Após ouvir o “Eparistera Daimones”, arriscamo-nos a afirmar algo como “ainda bem que os Celtic Frost terminaram a carreira porque estamos perante um grande trabalho”. Uma grande descarga, um grande exorcismo, um grandioso trabalho que vai ficar aqui por perto durante muito tempo. “To my left, the demons”.

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