As novas instalações do Hard Club proporcionam uma maior oferta e qualidade para espectáculos de vários tipos. E os sons mais pesados só estão a ganhar com isso, porque a qualidade que a sala oferece é realmente espantosa. E por isso, muito provavelmente os portugueses Slamo nunca soaram tão bem ao vivo como naquela noite. Durante sensivelmente meia hora a banda mostrou uma boa prestação, onde apresentaram o seu Rock com tonalidades melódicas e alguns arranjos mais pesados com pequenos rasgos de progressivo. O som esteve claro e evidente e sem falhas, tal como a actuação da banda.
Meia hora passou e meia hora se esperou pelos Anathema. Quando se pensava que iriam iniciar o espectáculo com a música que abre o recente “We’re Here Because We’re Here”, a brilhante “Thin Air”, eis que somos surpreendidos com a “Deep”, do pinkfloydiano “Judgement”. O set continua com a “Pitiless”, “Forgotten Hopes” e “Destiny Is Dead”. De seguida o set avança com o álbum “A Natural Disaster”, dando entrada à cantora Lee Douglas que surpreendeu todos com a sua magnifica voz, principalmente na música que dá nome ao álbum, na qual a vocalista brilhou e encantou com a sua presença. A música “Closer” marcou pelo seu ambiente psicadélico muito bem trabalhado pela banda. Destacou-se, também, a música “Flying”, onde o toque e beleza da música se conjuga muito bem com a poesia da letra – e de onde surgiu um dos mais bonitos solos de guitarra da noite. Entretanto somos brindados com material do “Alternative 4”, onde a “Empty” teve um impacto brutal no público; porque se já nas anteriores muitos cantaram, nesta todos cantaram – ambiente brilhante. Surge um down-tempo com a “Lost Control”, criando arrepios no povo todo, dando passagem à “Destiny”. O “A Fine Day To Exit” também teve presença, onde brilhou a “Temporary Peace”.
Uma hora passou e nem sinal de vida do novo álbum, até que o sempre bem-disposto Daniel Cavanagh anunciou que ele iria ser tocado na sua totalidade. A segunda parte do concerto foi, então, uma viagem completa pelo “We’re Here Because We’re Here” – e que foi igualmente brilhante! Nada falhou. Nada faltou.
Depois de terem tocado, e depois do encore, a banda actuou mais meia hora onde não faltou a “One Last Goodbye”, com a qual a sala cantou com o Vincent – desta vez o vocalista participou com o público, já que no último concerto não o deixaram cantar. Antes desta, Daniel aparece a solo com uma guitarra semi-acústica e oferece-nos a “Are You There?”. Já a terminar, surge um grande momento da noite – “Fragile Dreams”. A sala vibrou com uma descarga de energia fabulosa. Ninguém escapou.
POST-SCRIPTUM:
Foi um espectáculo brilhante. As duas bandas estiveram muito bem. Claro que o destaque cai para os Anathema; e de facto merecem porque foram simplesmente brilhantes e modestos. A postura da banda em palco é muito honesta demonstrando grande simplicidade e simpatia, o que ajudou a criar um ambiente intimista, tranquilo e muito bem-disposto, cujo meio de comunicação foi a música. Por outro lado o Hard Club está de parabéns pelo novo espaço que é muito bom pela sua qualidade. Posso afirmar que num concerto em recinto fechado nunca ouvi melhor qualidade de som do que neste concerto. Por isto e por muito mais que haveria a dizer, todos estão de parabéns.
6 comentários:
Good report! :D
Quem me dera ter estado lá.
O concerto do Tivoli teve, na essência, o mesmo formato e set list do do Hard Club.
De referir que foi a primeira vez que vi um concerto rock numa sala de teatro com uma idade invejável, como a do Tivoli. O próprio Vincent agradeceu à organização pelo booking do concerto naquela sala. Estavam completamente abismados com o espaço.
No caso de Lisboa a One Last Goodbye foi tocada na versão "pesada" do album e ainda durante o concerto. Com certeza lembrava-se das lágrimas vertidas no Incrível Almadense (video disponível no youtube), onde ficou sem fala.
No encore além das tocadas no Porto, deram ao publico a escolha de uma musica "antiga". Após alguma confusão, foi a votos e o público escolheu a Angelica.
Como único reparo, na minha opinião, as musicas do novo álbum tocadas seguidas como foram, quebram um pouco o ritmo do concerto. As musicas são excelentes, isso é indiscutível, no entanto criam um ambiente um pouco mais melancólico. Esse facto em Lisboa foi evidente. Futuramente intercala-las com as outras parece-me uma melhor política.
Mas de resto... Continuem a vir, que eu lá estarei. Estou quase a chegar dezena de concertos que assisto de Anathema :D
Tive pena de não poder ir, pelo post dá pra perceber que foi um bom concerto..
Anathema é uma excelente banda!
"o Hard Club está de parabéns pelo novo espaço", com 40 graus la dentro, como é que é possivel...
O Anónimo tem inteira razão em relação à temperatura da sala - chegou a estar bastante quente e sem me mexer muito transpirei e perdi um quilo. Esperemos que os responsáveis do Hard Club melhorem a climatização - um pouco mais de fresquinho por favor que a malta do Metal agradece.
Quanto ao set seguido do novo álbum, o Hugo tem razão porque a aceitação deste pelo público não foi tão excitante, embora tenham havido momentos muito high! E depois, de certeza que cada um viveu o concerto de um modo individual. Pessoalmente, adorei o set do novo álbum. Mas no futuro de certeza que eles vão intercala-las.
A "One Last Goodbye" também foi pesada... aliás, o Vincent descarregou muita energia nas músicas todas... por vezes parecia que ele estava possuído! Muitoooo feeling aquele músico tem.
até que fosse com 50º, gostaria muito de ter ido... ando faz imenso tempo para assistir a um concerto de Anathema e não tenho tido sorte...
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