IRON MAIDEN
"The Final Frontier"
2010
Uma grande diferença entre uma banda que todos conhecem e entre uma banda recente é o facto da primeira sofrer sempre com críticas e observações e nunca passar despercebida pelo seio da música, independentemente da música ser boa ou má e não querendo saber se a banda já chateia ou não. No outro lado, uma banda recente com um material fantástico tem pela frente a difícil tarefa de criar um culto e um grupo de fãs sustentável para não cair no esquecimento – por vezes, muito injustamente, bandas muito boas caem no esquecimento por esta razão; mas isto também é fruto do nosso tempo, e como o sistema artístico da música está tão saturado é ela mesma que permite isso.
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Mas o parágrafo anterior foi apenas uma observação que se aplica aos veteranos Iron Maiden. Eles estão aí com um álbum novo desde Agosto de 2010 e, como todos os outros, está a ser alvo de muitas críticas. Além disso, um lançamento desta banda é sinónimo de muito alarido e sabe-se de antemão que andará na boca de todos os apreciadores de Metal, quer sejam comentários favoráveis quer sejam pejorativos. Outro fenómeno que de certeza acontecerá com os fãs, é a constante comparação com o passado da banda. Como alguns sabem, ela tem um leque muito vasto de lançamentos e, apesar disso, eles têm sempre uma personalidade própria, embora soe sempre a Iron Maiden. E este novissímo “The Final Frontier” não foge a nenhum destes fenómenos.
“The Final Frontier” é um daqueles álbuns que os Iron Maiden nos têm presenteado desde o “Brave New World”, de 2000. Desde esse álbum, que marca o regresso do vocalista Bruce Dickinson, a banda tem mostrado uma maturidade na composição que distingue esses lançamentos dos outros anteriores. As músicas têm arranjos muito detalhados e são normalmente longas – mas sempre a soar a Iron Maiden. O mesmo se passa com este último lançamento, que à primeira audição o material pode manifestar-se maçudo, mas se formos resistentes e persistentes este vai-se revelando muito interessante e muito bem trabalhado, representando, assim, uma maturidade e profissionalismo que os Iron Maiden nos têm habituado até então.
“Satellite 15… The Final Frontier” abre a viagem e mostra-nos uns Iron Maiden do costume, com uma música com selo de single – e realmente já tem um vídeo oficial.
Contudo, a banda lançou um single de avanço em Junho – “El Dorado”. E é, de facto, um ponto alto do álbum.
À medida que a viagem continua, podemos reparar nos detalhes dos teclados, encarregados pelo baixista Steve Harris, e que nos faz recordar o ambiente do álbum de 1988, “Seventh Son Of A Seventh Son”, embora este trabalho tenha uma direcção distinta deste “The Final Frontier, com arranjos um pouco mais épicos.
Muitos detalhes poderão ser encontrados nas restantes músicas que, de facto, para serem absorvidas decentemente devem ser escutadas várias vezes. E poderemos encontrar genialidades na “Isle Of Avalon” e “Starblind”, uma sequência espectacular; poderemos encontrar, igualmente, solos arrasadores e até alguns momentos que poderemos pensar que a banda está a improvisar como se de Jazz se tratasse (que não é). Destaco, também, a música “The Talisman”, cuja letra nos poderá levar a pensar que os Iron Maiden estão preocupados com o estado do nosso planeta. Aliás, já não é a primeira vez que os Iron Maiden nos apresentam temas de ficção-ciêntifica, sendo este álbum uma história que poderá roçar esse estilo.
POST-SCRIPTUM:
Primeiro estranha-se, depois entranha-se. Estamos perante um grande trabalho, e arrisco-me a afirmar que talvez seja um dos mais bem sucedidos depois do “Brave New World”. Para escutar várias vezes… e por vezes, nessa viagem, parece que estamos a fazer pequenas passagens por diversos álbuns da banda. Refrescante para o seio do Metal.
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