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domingo, 15 de agosto de 2010

ANATHEMA - We're Here Because We're Here - 2010


ANATHEMA
“We’re Here Because We’re Here”
2010

Sete anos passaram desde o álbum de estúdio “A Natural Disaster”. Entretanto os Anathema presentearam os fãs em 2008 com o brilhante “Hindsight”, um semi-acústico que rearranja algumas das mais brilhantes composições deste colectivo. A espera foi longa, e eis que ele está aí com um título que já por si ilustra a posição dos Anathema. Terá valido a pena esperar estes anos todos?

Após ouvir alguns minutos da primeira música, “Thin Air”, podemos tirar conclusões imediatas. E elas serão decerto positivas. A composição chega a tirar o fôlego do menos apaixonado ouvinte, e não saberemos o que fazer à alma durante e após a audição. Encontramo-nos, portanto, perante um colosso de ambiente e de rock ao qual ninguém fica indiferente.
“Summernight Horizon” é uma música com um balanço genial, onde a comunhão com a bateria, piano e baixo é perfeita. Claro, toda a carga melódica é a cereja no bolo.
De seguida o colectivo apresenta-nos talvez uma dos mais belos set-list que um álbum poderia ter (contando, claro está, já com as duas primeiras faixas). Depois da mexida “Summernight Horizon”, o ritmo acalma (não o peso espiritual nem emocional) a partir da “Dreaming Light”.
Os mais atentos às letras começam a aperceber-se de que o álbum tem um fio condutor nas suas mensagens – love and happyness against fear and pain. As letras denotam mensagens de esperança, amor e felicidade – seja lá o que isso for, porque depende de cada um. Sejamos felizes nem que para isso tenhamos de mandar com a cabeça na parede. “Everything” é isso mesmo, uma mensagem positiva tal como todo o trabalho transmite. Aqui só deve haver sorrisos!

 
“Angels Walk Among Us” é talvez o tema mais introspectivo deste álbum. Os mais curiosos já o conheciam há algum tempo, porque foi disponibilizado pela banda; mas esta versão masterizada está bastante superior e recomenda-se – aqui a voz de Ville Valo (H.I.M.) tem presença.
“Presence” é o tema que nos ilumina. É o tema que nos coloca frente a frente com a essência do álbum. Façam um favor à banda: leiam as letras.
A mesma linha permanece na “A Simple Mistake”, um tema longo mas bastante conseguido, onde um ambiente envolve o ouvinte, onde aquele parece consumir este. Mais uma vez, a letra é um estalo na cara a todos aqueles que não arriscam a vida – “we are not just a moment in time…”.
“Get Off, Get Out” é um tema que poderia destoar do contexto ambiental do álbum. Mas mesmo este parece encaixar muito bem na dinâmica do trabalho. À medida que nos familiarizamos com o álbum, vamos descobrindo os seus segredos, os vários ritmos e movimentos que ele poderá ter e as várias experiências auditivas que ele oferece (tudo isto é claramente subjectivo).
“Universal” abre com um momento de doce melancolia. Um momento de beleza rara, pela qual o tempo pára… mesmo! Aqui a presença é dos Strings trabalhados pelo Dave Stewart, que também já participou em Porcupine Tree.
Para encerrar esta lição de vida, os Anathema reservaram uma banda sonora para dar movimento a um texto que é como uma conclusão de tudo o que esperaram transmitir ao ouvinte (decerto que todos os ouvintes sentirão este vício à sua maneira).


Em suma, temos aqui um grande trabalho. Para além da banda se ocupar da produção, “We’re Here Because We’re Here” tem mão de Steven Wilson (Porcupine Tree, Blackfield, No-Man) na mistura, e a grande presença de Jon Astley na masterização – Sr. que trabalhou com grandes artista como os The Who, Led Zeppelin, Eric Clapton, Abba, The Rolling Stones e Sting… só para nomear alguns.

Post-Scriptum:
Eles estão aí porque estão aí, e o mundo está perante eles de alma aberta para os receber. Todo o mundo vai tirar o chapéu aos Anathema por serem brilhantes a cada lançamento – mas isso é o que sempre dizemos quando o mundo recebe uma descarga sonora desta qualidade, vinda desta banda britânica. Acreditem que mesmo o público desligado e com pavor ao Metal irá gostar deste “We’re Here Because We’re Here”, precisamente por não ser um álbum de Metal. Temos entre mãos um poderoso candidato a álbum do ano.

8 comentários:

Aquilus disse...

Concordo com a crítica do Victor Hugo. Acrescentaria que é um trabalho que pode não entrar bem logo à primeira para quem não conheça o trabalho dos Anathema, no entanto, na terceira audição já é daquelas coisas que ficam underneath your skin.

E quem não os conhecia que procure os albuns anteriores e terá uma agradável surpresa.

Anónimo disse...

temos de ter cuidado com o Victor... depois deste cd ele ja não é o mesmo... :/

;)

v i c t o r h u g o disse...

Ah ah!

É verdade, não sou o mesmo que era antes e depois de o ouvir.

By the way, já estou invadido por "Everything"! Assim, logo pela manhã!

Mas não têm de estar sempre a olhar "por cima do ombro"... sou muito pacífico! E estando a ouvir isto, ainda me sinto mais imerso na harmonia da Natureza... embora por vezes me sinta inquieto e procure paisagens que comuniquem comigo.

Não sou o mesmo, não... mas também não estranho porque me é familiar.

Anónimo disse...

Eu já o ameacei de morte, mas não surtiu efeito!



p.s. Summer Night Horizon +.+

v i c t o r h u g o disse...

Eh eh!

Antes morrer do que deixar de ouvir Anathema!!

Mas também é verdade que se morrer é que não ouço MESMO!

Ouço às escondidas!
Ah Ah!

Como os agarrados!

Anónimo disse...

Não tens solução, mesmo.

(medo)

Anónimo disse...

haha

tanta luz!

Mário disse...

Não sou muito fã de Anathema é verídico, mas tive de ouvir a música escolhida pelo vitor depois de ler a review. Sem dúvida deixa o ouvido a pedir por mais.
Terei de ouvir o álbum pois parece-me que estamos perante uma obra-prima.

Espero conseguir reconhecer o Vítor quando o vir, parece que vai ter uma metamorfose ;)