CRYPTOPSY
"Blasphemy Made Flesh"
1994
Os anos ’90 foram “a praia” do Death Metal. Cannibal Corpse, Carcass, Deicide e outras já lutavam pelo seu espaço, enquanto outras tentavam brutalmente alcançar os ouvidos dos mais thrashers metaleiros. Até que em 1993 surge uma demo de uma banda oriunda do Canada, e que deve ter deixado alguns norte americanos de queixo caído. Os Cryptopsy lançam cartas com a demo tape “Ungentle Exhumation”. Um ano depois surge a estreia em CD – “Blasphemy Made Flesh”.
“Blasphemy Made Flesh” é um murro bem assente na cara! É o que um álbum de Death Metal deve ser: Brutal! Mas a brutalidade destes Canadianos em 1994 é carregada de glamour, como se a brutalidade fosse algo de bem feito e com requinte. E de facto se ouvirem o trabalho agora em 2010, não deixam de acenar com cabeça e afirmar a categoria destes canadianos. Logo a abrir a brutalidade manifesta-se pelos instrumentos muito bem dominados pelos quatro músicos de serviço. Ao longo do trabalho poderem esperar riffs de guitarra pesados, rápidos e soltos – o som é bastante “arejado” e não abafado, como caracterizou alguns dos trabalhos dessa época. Aliás, a produção tem características muito interessantes. As guitarras e o baixo estão num segundo plano, deixando o primeiro plano para a bateria e o vocalista. Quase diria que este álbum é uma lição de bateria para quem se quer iniciar no Death Metal. Flo Mounier parece uma máquina, e ao mesmo tempo consegue largar pitadas de feeling no seu processo criativo. Mas “Blasphemy Made Flesh” pode ser ouvido tendo atenção às guitarras e baixo, como tendo atenção à bateria. E poderemos ter uma audição do álbum bastante versátil e dinâmica. Quanto à voz – o Sr. Lord Worm é um colosso neste álbum. Consegue tonalidades muito interessantes e criativas, e roça o psicadelismo (tal como a bateria – reparem na tarola: é genial ouvir este álbum tendo como base a tarola; e se fizerem a comunhão da voz com a bateria, hão-de reparar na loucura destes canadianos). Quanto aos solos, eles são curtos e eficazes. Não há por aqui virtuosismo, mas há delicadeza (característica interessante para quem compõe um álbum de Death Metal com a categoria deste “Blasphemy Made Flesh”).
Um bom álbum para recordar e para conhecer. Decerto que os mais novos fãs de metal ficarão de queixo caído e pensarão se os Job For A Cowboy são brutais. Para eles e para todos nós, aqui fica a “Abigor”.
Post-Scriptum:
Os fãs de Death Metal têm razões para se sentirem orgulhosos por terem vivido uns anos de ouro para o Death Metal. “Blasphemy Made Flesh” ainda é um valente murro na cara mesmo passados estes anos.
1 comentário:
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